Entende-se como estratégia, um padrão global de decisões e ações que posicionam a corretora no mercado com a finalidade de fazê-la atingir seus objetivos.
As novas regras do mercado exigem rapidez, flexibilidade e renovação. Para isso, torna-se fundamental dispor de pessoal capacitado e motivado. Observa-se, entretanto, uma carência de pessoal com potencial, talvez pela forma de motivação ou pela falta de profissionalização.
Estratégias baseadas na competência dependem de pessoas. Conhecimento e especialização levam ao desenvolvimento de novos produtos e as relações pessoais com clientes podem se transformar em novos negócios. Logo, a estratégia da corretora deve se assentar sobre uma base de recursos humanos.
A hierarquia precisa ser substituída por redes, os sistemas burocráticos por processos flexíveis, e as funções administrativas baseadas no controle por relações de acompanhamento. São poucos os donos de corretoras que criam uma estratégia orientada para pessoas. Surge, então, a necessidade da mudança de visão, que deve estar baseada nos seguintes pontos de vista:
1. Uma visão diferente dos recursos estratégicos. O ponto de vista mais difícil de alterar é a convicção profundamente arraigada de que o capital é o recurso estratégico decisivo a ser gerenciado, e que as responsabilidades dos gestores devem girar em torno de sua aquisição, alocação e emprego eficaz. É claro que é necessária uma utilização prudente dos recursos financeiros, porém o capital não é o recurso que leva fatalmente ao crescimento.
Atualmente, o talento é o recurso estratégico obrigatório. Logo, as questões relativas aos recursos humanos devem subir para o topo da lista de prioridades estratégicas. Como preocupação fundamental, o gestor de uma corretora deve estar preparado para atuar como um excelente executivo de Recursos Humanos.
Vai chegar o momento em que os processos tradicionais de planejamento precisarão ser revistos, e as avaliações e os sistemas de remuneração devem ser projetados para reconhecer a importância estratégica dos recursos humanos.
2. Uma visão diferente do valor. Reconhecer que os recursos mais importantes são pessoas com conhecimento corresponde a uma mudança no conceito de gestão.
Um aspecto a considerar é como o valor criado pela corretora deve ser distribuído. Muitos acreditam que os donos, que contribuem com o capital, devem ser os primeiros por direito. Mas as dificuldades no recrutamento, o desaparecimento da lealdade e o ceticismo sobre a crescente lacuna entre a retirada do dono e a remuneração dos empregados, indica que a distribuição de valor deve mudar. Isto, já começa a acontecer: em algumas corretoras a opção de participação acionária como forma de pagamento demonstra um reconhecimento disto.
O dono da corretora deve renegociar contratos com os empregados. A menos que possam tirar proveito do valor que estão criando, aqueles que contribuem com seu capital humano e intelectual vão procurar outro lugar onde tenham essa oportunidade.
3. Uma visão diferente da função gerencial. O conhecimento e a especialização se encontram em indivíduos de todos os níveis e estão contidos nos relacionamentos das equipes de trabalho. Portanto, os gestores devem favorecer a iniciativa e o conhecimento individuais, transferindo a iniciativa para os que possuem especialização.